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Mostrando postagens de junho, 2009

Meus gritos se calam (poema de Tiago Eurico de Lacerda)

Meus gritos se calam  poema de Tiago Eurico de Lacerda Quero e não faço, mas não sei o porquê. Desejos e vontades ocultos, Vida cercada por vidas Quantas miradas! Vejo, mas imagino que poderia ser mais. Olhos fechados para o além, As miradas disfarçam-se O desejo vem. Penso em sair, mas o lar é cômodo. Penso em agir, mas me foge às mãos. Calo e descubro que são apenas assombrações Que em meio às constelações não querem me ver brilhar. Se brilho creio que foi demasiado. Se no escuro, choro a luz. Quantas bobeiras me invadem Quantas se esvaem. Escrevo para não falar. Quando falo não sei pronunciar. Faltam-me palavras concisas Sou prolixo lançado ao ar. Falo de mais sem abrir a boca Nunca me foi necessário, por que agora? Meu olhar, minha voz se comunicam E meus gritos se inflamam. E meus gritos se calam E meus gritos me malham E meus gritos me assolam E meus gritos se esvaem.

Sonhos (poema de Tiago Eurico de Lacerda)

Sonhos por Tiago Eurico de Lacerda Quem poderá dizer que nunca sonhou Ou que algum dia não esperou Um milagre, uma surpresa e apreendeu Na fraqueza, delicadezas? Me disseram que a vida é cruel Mas o que seria a crueldade, Senão, a falsa sensibilidade Que querem impor ao réu? Não sei se vi, nem se ouvi Será que não sei? Não sei. Querem tapar meus sentidos E tirar-me... E a liberdade, onde está? Onde? Você a viu passar? Diga-lhe que estou bem Que estou bem? Sei... O problema é que me olvido De sempre especular os sonhos Talvez seja a alteridade que me barre Ou não. Mas devaneio.

Tédio (poema de Tiago Eurico de Lacerda)

Tédio por Tiago Eurico de Lacerda Posso aborrecer sem desfalecer Posso desfalecer pelo fastio Mas não posso pelo tédio parir Um desgosto por quem não pôde rir. Se hoje eu rio Amanhã cachoeira Se não rio O jocoso se torna poeira. Se a poeira não me cegar Vou por caminho seguro Assim talvez possa chegar E quiçá irei ficar. Quiçá não faz história Creio até que morreu A viver na insegurança Me apetece mais eu. Eu não sei o caminho E você não sabe chegar Minha mochila é pesada Devolve-me, pois vou me atirar. O alvo é tédio, não importa O tempo é curto, eu sei A vida é assim e eu assado E nós juntos outra vez.